1. Jornalismo Eriçado

Meus queridos,


de minha vivência, de meus planos extra-curriculares, de meus passeios e de minhas aventuras pela blogosfera, devo-lhes informar que concluí: a versatilidade se faz necessária até nos dias de nossa partida.

Redijo textos - são mais baboseiras auto-afirmativas - literários para meu blog, o Goldapples, e, ainda, colaboro com meus hermanos poetas no referente a textos filosóficos e geniais para a República dos Cabaços, e hoje, mesmo com tantos problemas em horizonte, senti um vazio gay de proporções estratoféricas, e percebi que ainda há muito a ser feito(escrito). De maneira que eu tinha, também, a opção de trocar de sexo, optei por criar este blog, que é um convite a quem se interessar.

O ISA propõe, em tempo, uma oportunidade para nerds "aposentados", aqueles que argumentavam em fóruns pobres, aqueles que erguiam comunidades e que prometiam mudar o mundo, depois da sessão obrigatória de pornografia, e que não se contentavam em humilhar os mais apedeutas dos ofendidos. Todas as pessoas que escreviam mais do que se deve, que argumentavam como loucos e que adoravam a discussão "fato versus opinião", aconcheguem-se, pois este é o vosso lugar. Nosso asilo.

Não se preocupem, não há censuras, nós podemos criticar tudo que quisermos, os textos, os blogues, as produções artísticas mais hypadas, e principalmente, podemos criticar as críticas alheias. Que cuide-se o Pablo Villaça, o Rubens Ewald Filho e o Ricardo Miyada, porque aí vamos nós.

Criticaremos até os sapatos da Boscov, e não perderemos jamais as chances de citar 2001 para confirmar nossos argumentos; destruiremos os erros de postura de Children Of Men, e esfrangalharemos qualquer tola adaptação de quadrinhos para as telonas. Machado de Assis tem defeitos, o segundo álbum dos Beatles é um lixo assexuado e sem graça, e José de Alencar é a coisa mais chata de todos os tempos dos tempos dos tempos dos tempos dos tempos da humanidade. E, para quem pensa que a ilusão ainda nos habita os corações infantes, fica a mensagem: nós, hoje, sabemos que ninguém vai ler o que escrevermos. Tampouco nós mesmos.

Salvem suas vidas enquanto há tempo, pois logo não haverá mais.

Alguns de meus raciocínios dizem que é uma tentativa infantil de remontar épocas de juventude insipiente, outros insistem que trata-se de mais um artificio auto-afirmativo, e há também os que ainda querem meus orgãos sexuais longe de mim, mas resolvi ignorá-los e seguir meus instintos. Posso errar, posso estar enganado, mas há de se agir condescendentemente, pelo menos uma vez na vida. Faça-se luz, que turvem-se as lágrimas nordestinas e que se ensaiem as primeiras notas do coral; eis que surge um surto dançante dentro da blogosfera e há jovens que pulam e comem do manjar com seus óculos e aparelhos tão bilhantes.

Que o jornalismo eriçado e imbecilóide comece.